Olhar Entorpecido
Zé Ramalho
Olho da noite, onde foi que espiou
Bem no momento em que passavam as multidões
Iam atrás de uma luz que os levou
Até a porta cristalina das ilusões
Naquela hora, minha vez também chegou
Gira a roleta do destino e dos clarões
É o difícil precipício que escutou
Aquela voz que o silêncio anunciou
Não vou deixar minha estrela se quebrar
Nenhuma luz estará sem perceber
Léguas de sonhos que virão me abraçar
Tiram a cruz que me faz entorpecer
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